Um estigma que precisa ser mudado
No grupo de discussão .Net Architects foi colocado colocado pelo Giovanni Bassi um tópico muito interessante intitulado “Programadores de produção negativa”, onde contribui com o texto abaixo. Convido todos a participarem com suas opiniões aqui e no site do grupo.
No final de 2007 assumi a liderança do time de desenvolvimento da empresa onde trabalho, na ocasião a equipe era muito heterogênea no conhecimento técnico e haviam algumas discrepâncias de Skill x Valor/Hora/Produtividade. A solução só veio com a aplicação de uma prova prática, onde os conhecimentos do candidato eram avaliados numa aplicação real. O tempo que levei para conseguir fechar uma contratação praticamente quadruplicou, contudo, todas as atividades realizadas pelos desenvolvedores que entraram nunca precisaram ser refeitas, a equipe (20 profissionais entre desenvolvedores e analistas de teste) ficou equalizada afinal. Durante a seleção fiquei impressionado com a quantidade de currículos “perfeitos” que chegavam em minhas mãos de pretensos programadores sênior que após a prova se mostravam extremamente ineficazes.
É fato que todos somos responsáveis por esse cenário, pois se deixamos de dispensar um mau desenvolvedor estamos reforçando a idéia de que o mercado comporta esse tipo de profissional. Empresas que contratam alocação de consultorias muitas vezes ajudam a piorar este quadro, uma vez que não utilizam de critérios muito rígidos para selecionar um candidato, imaginam que podem a qualquer momento “estalar” o dedo e substituir o mau desenvolvedor por outro. A falta de algum tipo de categorização profissional, apesar de concordar que não seja a única saída, não dá parâmetros para os contratantes discernirem sobre a justiça no valor/hora pago a um desenvolvedor.
No excelente artigo “A necessidade de se compilar o conhecimento arquitetural” Miha Kralj fala sobre a profissionalização do arquiteto de software, e creio que muito ainda precise ser feito para desenvolvedores. Acho de extrema valia este tipo de debate, pois devemos lutar para que este estigma acabe o quanto antes.
O que você acha a respeito?