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A música pode ter uma perfeição maravilhosa, formal, quase matemática, e pode ser dotada de comovente ternura, pungência e beleza. Mas não precisa ter nenhum significado. Podemos recordar uma música, dar-lhe a vida da imaginação (ou mesmo da alucinação) simplesmente porque gostamos dela. É razão o bastante.

No entendimento de Oliver Sacks a música é a arte mais abstrata de todas. Quando vemos um filme, ou lemos algum livro, conseguimos tirar algum sentindo (bom, na maioria das vezes) enquanto que uma música, notadamente a música instrumental, não possui uma forma. Você pode assistir a uma peça de teatro e aprender algo sobre vingança, mas nunca obterá isso de uma música. Essa subjetividade da interpretação da música sempre foi pra mim algo muito bem resolvido, pois aprendi com o tempo que todo e qualquer conceito pré-estabelecido sobre arte relacionada a música não me serve (por completo), sempre fica um gap.

Já perdi a conta de quantas discussões tive com diversas pessoas sobre esse tema (amigos, colegas, músicos, etc.), e nunca fui convencido de que existe uma métrica capaz de balizar o que é bom ou o que é ruim. Definir o padrão do belo? Conceitualizar ruído e diferenciá-lo de som? Ok, conceitos são importantes em determinados contextos, mas não para o julgamento individual do que é bom ou ruim em música instrumental. O exemplo de som abaixo foi feito seguindo um acorde criado no Tonal Plexus, matematicamente transposto para os demais tons, confiram o resultado.

Abaixo algumas telas com exemplos do mesmo acorde com transposições (clique nas imagens para ampliar).

Acorde01

Acorde02

Acorde03

A questão toda é:

O que é música para você?
O quanto de experimentalismo você “suporta”?

No link Áudio existe um meta player para que você faça uma música experimental a partir de outras músicas criadas. Que tal?