Mestres do non sequitur e outros tipos perniciosos – Parte 5
Se você não leu os posts anteriores da série, faça agora.
- Parte 1 – Introdução
- Parte 2 – Falácia no estilo “bichinhos de Deus”
- Parte 3 – Falácia no estilo “bullshit”
- Parte 4 – Falácia no estilo “early adopter”
Falácia no estilo “hey, meu sobrenome é polêmica”
A definição que mais gosto para a palavra “polêmica” é:
Disputa amigável mas acalorada.
Ou seja, é uma oportunidade rica para confrontar ideias, expor novas visões sobre algum tema, enfim, produzir conteúdo relevante. O problema, é quando usa-se da polêmica para criar argumentos falaciosos.
Um bom exemplo é a introdução de um falso dilema num debate. Funciona da seguinte forma: A pessoa coloca um número limitado de opções (na maioria dos casos apenas duas), quando de fato existem mais. O falso dilema é um uso ilegítimo do operador “ou”. Como, por exemplo, na frase “Utilize a tecnologia xyz OU você ficará ultrapassado.”
Outra forma engenhosa de gerar polêmica falaciosa é o apelo à ignorância. Nesse caso, os argumentos concluem que algo é verdadeiro por não se ter provado que é falso, ou conclui que algo é falso porque não se provou que é verdadeiro.
Há ainda a possibilidade do interlocutor se valer de uma pergunta complexa onde dois tópicos sem relação, ou de relação duvidosa, são conjugados e tratados como uma única proposição.
Seek & Destroy
Dois exercícios para identificar e matar esse tipo de falácia.
Identifique as opções dadas e mostre (de preferência com um exemplo) que há pelo menos uma opção adicional.
Identifique as duas proposições conectadas e mostre que acreditar numa não implica acreditar na outra.
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