Mestres do non sequitur e outros tipos perniciosos – Parte 1
Essa série de posts também poderia ter o título “Identificando falácias e a personalidade de quem as profere”, ou ainda, num tom mais pitoresco, “Pimenta na falácia dos outros é refresco”. Mas utilizar a expressão “non sequitur” vai mais ao encontro com a maioria das falácias técnicas que escuto e leio por aí.
“Non sequi-o-quê?!?”
Sabe aqueles pais que vêem o filho, ainda criança, brincando com o conjunto de química, misturando frascos, e diz: “Ah, meu filho quando crescer será um grande químico!”, e aí a criança vira um adulto e acaba se tornando bartender, misturando um monte de frascos de bebidas? Pois é… “non sequitur” é aquela falácia lógica, onde pressupomos a partir de duas afirmações verdadeiras, que uma terceira é verdadeira, enquanto que na realidade ela é falsa. O termo “non sequitur” significa literalmente “não se segue que”. Veja o exemplo a seguir, onde analisamos o resultado de uma partida de futebol:
– Se jogarmos bem, ganhamos. Ora, ganhamos. Logo, jogamos bem!
As duas primeiras premissas são verdadeiras. Contudo, afirmar que “jogamos bem” em função dessas premissas pode ser irreal, já que poderia ter ocorrido do time que venceu ter jogado mal e os adversários pior ainda. A falha nesse tipo de falácia está em relacionar um resultado como conseqüência de duas premissas, quando na verdade é algo independente.
Analisando diversos tipos de falácias através do estilo dos interlocutores
Considero muito perniciosas as falácias no meio técnico (TI), pois com a quantidade de assuntos que temos que entender às vezes é impossível estudar a fundo tudo que precisamos. Temos que recorrer, em alguns casos, a opinião de outras pessoas que tiveram a oportunidade de estudar um assunto de nosso interesse, e de alguma forma elaborarmos a nossa própria opinião.
Felizmente, identificar a personalidade de mentes falaciosas não é algo impossível. De fato, essas pessoas se comportam de forma bem característica, de acordo com o estilo de falácia que elas dizem. E sendo a falácia, em grande parte, um equivoco lógico, muitas pessoas não as dizem de má fé.
Em posts futuros faremos, com bom humor, um passeio pelos tipos de falácia mais comuns.
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